O Metallica Remains postou a tradução, na íntegra, de uma
entrevista publicada na revista do fã-clube oficial do Metallica onde o
frontman da banda, James Hetfield, fala a respeito de cada uma das letras das
músicas que fazem parte do novo disco do grupo, "Hardwired... To
Self-Destruct". Confira no link a seguir a matéria completa, e abaixo
seguem alguns trechos:
http://www.metalremains.com/materias.php?id=40
É sempre animador quando uma conversa caminha para uma
daquelas tangentes que leva a todo um mundo novo de discussão. Quando eu me
sentei com James Hetfield alguns meses atrás para discutir o projeto
Hardwired..., eu não tinha planejado mergulhar em cada uma das letras das
músicas. Eu tinha alguns tópicos e achei que seria isso. Em vez disso, James
estava bem entusiasmado com a ideia de ouvir o que eu achava que se tratava
cada música, antes de oferecer o que ele estava pensando. Um ponto importante a
ser ressaltado – James está muito interessado que você, prezado leitor, não
apenas relacione as letras como obras para você, mas também que você
compartilhe seus pensamentos com a gente se você topar.
“HARDWIRED”
"Toda a frase, 'Hardwired to self-destruct' (Programado
para se auto-destruir), veio de um amigo meu, que estava apenas soltando isso
como um viciado em conflito, tipo, 'isso é o que é? É assim para gente? O nosso
padrão é morrer antes do que deveríamos? Destruir nossas vidas, como se
estivéssemos programados para nos destruir?'. Isso chamou minha atenção.
“ATLAS, RISE!”
A mitologia de Atlas e ele ser forçado a carregar o peso do
mundo por conta do que aconteceu antes. Esse foi seu legado, esse foi seu
dever. E há pessoas que eu acredito que vivem nesse estilo de vida, vivem
pensando que são os mártires das pessoas que não tem voz, ou disso e daquilo,
salve isso ou não salve aquilo. Levando a responsabilidade um pouco além, e
então rebaixando os outros quando eles não acreditam em você, ou não te apoiam.
Como você pode não apoiar isto? Com o martírio e a culpa, é como um batalha de
certa forma, alguém pensando que tem mais responsabilidade do que tem de
fato".
“NOW THAT WE’RE DEAD”
Sim, no final, somos todos iguais. Ter algo para acreditar,
talvez exista vida após a morte. Talvez ela tenha começado como querer ser mais
uma espécie de Romeu e Julieta dos dias atuais. Nós estamos nisso juntos.
Ajudar um ao outro durante a vida. E sabe, “now that we’re dead” (“agora
estamos mortos”), isso pode significar muitas coisas. Na verdade, você está
morto. Você está na próxima vida. Ou vocês passaram por alguma coisa horrível
como casal. Agora ambos estão do outro lado disso. Então, confiar em outra
pessoa.
“MOTH INTO FLAME”
Eu acho que é uma obsessão em ser famoso. Ser popular. Seja
na sua conta do Facebook ou, sabe, andando na rua, vendo alguém tirando
selfies, sabe, enquanto caminham na rua. Tipo, o que? O que você está fazendo?
Sabe, quão envolvido e absorvido você está? Mas eu acho que as próximas
gerações estão mais atentas às coisas e aceitando as coisas ao redor delas. A
inspiração principal dela foi o filme da Amy Winehouse, AMY, onde ela sofreu
lavagem cerebral de certa forma. Ela começou a “acreditar”. E ela se perdeu.
Ela se perdeu totalmente, e ela começou a acreditar nisso, ela acreditou nesse
mito de que a fama é a melhor coisa que existe. E, sim, a limusine se
transformou em um carro de funerária...
“DREAM NO MORE”
É um ótimo riff, especialmente no refrão, o “turn the
stone”. Sabe, quando você estava apenas falando essas palavras, é meio como a
mídia. Você está sentado lá, você não pode desviar o olhar, você está olhando o
terror, você está olhando todas as coisas horríveis que estão rolando, e você
não pode desviar o olhar e então eventualmente você acaba ficando entorpecido a
tudo isso.
“HALO ON FIRE”
Algumas pessoas se passam como santas, e quanto maior é sua
escuridão, mais elas se fingem de santas. Então você está basicamente fugindo
do seu “você” verdadeiro, como se estivesse compensando por todas essas coisas
que você acha que é realmente ruim.
“CONFUSION”
Estresse pós-traumático em geral, trauma pós-guerra nas
forças armadas e ser colocado em cenas horríveis é um sinal bem óbvio de
estresse pós-traumático, e voltar para casa disso, e tentar voltar para casa e
ainda viver aquilo, e ter um medo de ver algo que te afetou tanto como um
trauma dentro de você que é carregado para casa. O filme Sniper Americano foi
um grande retrato disso. Se prendeu no “Eu preciso salvar meus irmãos, se eu
não voltar eles vão morrer”. Usando de novo esse tipo de “mártir” como uma
desculpa para o vício do drama da guerra, e negligenciar sua família em casa.
Então, meio que se liga as outras músicas, mas o estresse pós-traumático está
em todos os lugares, cara.
“ManUNkind”
Bíblico, o Jardim de Éden. “Uau, você tem tudo isso, mas
quer mais?” Você tem toda essa grandeza e então é despedaçado... A história
bíblica... Mas vamos voltar a bondade do homem. O homem é pecador e tem que
rastejar e tentar compensar, é como se sempre estivéssemos abaixo dos olhos dos
poder superior, e temos que nos provar diariamente de que não somos maus. E ter
fé neste mundo onde mundo está por conta própria. Encontrar a negatividade em
um bando de coisas é... No fim, ter fé no homem. Ao invés de apenas culpar a
humanidade.
“HERE COMES REVENGE”
Tem um amigo meu cujo filho morreu, e eu não vou dar nomes,
tem um casal que nos seguiu em turnê por bastante tempo que foi bem
instrumental nessa música e inspirador para mim. Sua filha foi morta por um
motorista bêbado. E ela amava Metallica, e a forma que esta família está se
mantendo conectada com ela é vindo aos shows do Metallica e curtindo o que ela
curtia, e talvez se conectando dessa forma. Eu acho isso bem incrível. E bem
forte.
“AM I SAVAGE?”
Essa foi uma palavra tão, tão forte para mim neste álbum.
Estava pensando que este podia ser o título do disco, sabe, Herança. Bom ou
mau, você precisa herdar algo. Seja em seus genes, em seu sangue, em sua conta
bancária, em sua aparência, o que for. Você herda coisas. E ter um menino
adolescente é difícil para um pai às vezes. Você tem orgulho do seu menino, mas
vou te dizer, as meninas são uma história diferente. As meninas e a mãe tem um
problema. Os meninos e o pai tem um problema, pois eles vão crescer para serem
você e eles não querem ser você. Eles querem ser alguma outra coisa. Eles
querem ser eles próprios, e, putz, eu estava tentando tanto que o Castor fosse
o que eu não era.
“MURDER
ONE”
Lemmy. Sim.
Murder One. Muita gente não sabe o que é o Murder One, e eu tentando ir
fundo, pelos cantos, e falar sobre ele sem ser extremamente direto. Mas sim,
Murder One era seu equipamento, seu amplificador favorito. E eu sei que ele
tinha mais de um, mas este foi o que se destacou para mim. Sim, apenas
respeitar Lemmy, pois sem ele, eu não acho que o Metallica estaria por aí, e
provavelmente muitas outras bandas também não.
“SPIT OUT
THE BONE”
Obrigado
GBH pela frase “spit out the bone”. Eu sei que a música delas era um
pouco diferente. A música deles era sobre o Donner Party e canibalismo. Esta é
um pouco diferente, apenas a ideia e o medo de, de novo, o que está acontecendo
com o homem. Sem enrolar demais, apenas a possibilidade do Exterminador do
Futuro, coisas assim, sabe? Estamos usando smart watches, as coisas estão
ficando cada vez mais próximas de estarem na gente. Por que eu não teria a
internet o tempo todo na minha cabeça? Por que eu teria que me preocupar com
todas essas “emoções”? Se apaixonar e ter o coração partido? Isso não faz bem
para ninguém. Sabe, o coração e sangue? Está no caminho para a eficiência! Nós
poderíamos ser muito mais eficientes se deixássemos os computadores apenas nos
ajudar.
massa de mais esse novo trabalho dos caras, old school rules...
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