quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

IRA !



O BOM E VELHO ROCK 'N ROLL



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Mudança de comportamento, 1985
À sua maneira, o Brasil começava a trilhar o seu caminho mod. Quem acha cool os músicos do Cachorro Grande pulando no palco e trajando terninhos vai descobrir que o buraco é mais embaixo. Na capa do primeiro LP, as intenções já estão bem claras. Jung veste uma roupinha de marinheiro e Scandurra aparece dando um pulo a la Pete Towshend, o que está longe de ser mera coincidência com o líder do The Who. Núcleo Base, Tolices e a faixa-título ainda são entoadas de cabo a rabo nos shows, mas o filé está mesmo no “lado B”. Ninguém Entende um Mod, o hino dessa “geração”, e Como os Ponteiros de um Relógio mostram que o Ira! não era mais uma daquelas detestáveis bandas de new wave que infestaram os anos 80.
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Vivendo e não aprendendo, 1986
Chega o segundo disco e começa aquele papo de maturidade. Nasi, Scandurra, Gaspa e Jung tiraram isso de letra e fizeram um discaço. Muito além do sucesso de Envelheço na Cidade, Dias de Luta e Flores em Você (tema de novela global), a obra contém a letra mais bonita escrita pelo Ira! (Quinze Anos). A clássica Vitrine Viva evoca o melhor do The Jam, uma das bandas preferidas do quarteto, e a dobradinha Gritos na Multidão e Pobre Paulista, gravadas ao vivo e já conhecidas do público, exacerba a revolta juvenil daqueles que foram chamados de menudos pelos punks.
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Psicoacústica, 1988
O ápice criativo da banda, uma espécie de Pet Sounds tupiniquim. Todo grande nome da música possui no currículo uma obra incompreendida (até Ronnie Von!), geralmente uma obra-prima. No caso de Ira!, o cineasta Rogério Sganzerla faz as vezes de O Mágico de Oz e o disco contém inserções do filme O Bandido da Luz Vermelha. Rubro Zorro, inspirada na história do lendário João Acácio, é até hoje uma das preferidas dos fãs. Como se não bastasse, com Advogado do Diabo, um rap de roda, o Ira! influenciou ninguém menos que Chico Science, mentor do mangue beat pernambucano.
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Clandestino, 1989
Entre a confusão rítmica de Melissa e a suavidade de Tarde Vazia (“a” balada do Ira!), temos mais um disco pouco (e mal) ouvido. Boneca de Cera, presente no Acústico, é um dos destaques.
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Meninos da Rua Paulo, 1991
Começa com o riff rápido da excelente Rua Paulo, uma celebração ao livro que dá nome ao álbum. O experimentalismo abre caminho na bela A Etiópia e Meus Problemas e nas não tão inspiradas Imagens de Você e Amor Impossível. Há uma versão de Você Ainda Pode Sonhar (Raulzito e os Panteras) e duas músicas que estão entre as melhores de toda a carreira: Um Dia Como Hoje e Prisão Nas Ruas. Foi relançado em CD na versão 2 em 1, junto com o clássico Psicoacústica.
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Música Calma Para Pessoas Nervosas, 1993
Álbum pouco ouvido e ignorado. Lançado por questões contratuais.
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7, 1996
Entre regravações desnecessárias do Animals (The House of Rising Sun) e de si próprio (Nasci em 62, ao vivo), estão as versões originais de duas pérolas, Girassol e Longe de Mim. Com o sétimo álbum da carreira o Ira! mandava um recado bem claro: seguia vivo, mesmo no ostracismo.
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Você Não Sabe Quem Eu Sou, 1998
O título é adequado, pois o oitavo álbum soa como um ET na discografia do Ira!. O sucesso não voltou, então o caminho foi a experimentação. Fascinados pela música eletrônica (em especial o “DJ” Scandurra), os músicos assumiram de vez o flerte que havia começado em 1991. Miss Lexotan, cover do gaúcho Júpiter Maçã, alcança sucesso relativo.
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Isso É Amor, 1999
Um mal necessário, pois graças a este disco o grupo “renasceu” e voltou a ser a banda mais rock and roll do Brasil. Seguindo a onda de álbuns cover que tomava conta do inspiradíssimo rock nacional (Barão Vermelho e Titãs haviam feito o mesmo), o Ira! escolheu um repertório meia-boca e voltou às FMs com Teorema (Legião Urbana). Destaque para a versão de Bebendo Vinho, de Wander Wildner (comprovando a sintonia com o rock gaúcho).
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MTV ao Vivo, 2000
Uma grande apresentação ao vivo. Todos os clássicos estão aqui, provando que com um repertório destes ninguém precisa fazer cover pra ganhar a vida.
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Entre Seus Rins, 2001
Desde Psicoacústica, o Ira! não soava tão autêntico e criativo em estúdio. Inspirados com a volta ao mainstream, a banda “chupou” Serge Gainsbourg e se saiu com a anatômica faixa-título (“me deu o dedo, eu quis o braço e muito mais, agora estou a fim de ficar entre seus rins”). Outra pérola é a “onanista” Um Homem Só. O gaúcho regravado dessa vez é Frank Jorge, com a reflexiva Homem de Neanderthal.
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Acústico MTV, 2004 (CD e DVD)
O ponto alto da banda. Só mesmo o Ira! para transformar um formato já saturado (o tal Acústico MTV) em uma ebulição fantástica que mescla os hits do passado com inéditas do quilate de Flerte Fatal, Poço de Sensibilidade e Por Amor. Imperdível!
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Invisível DJ, 2007
Eles já andaram mais inspirados, mas ainda assim fizeram um grande disco. Abre com a faixa-título, um rockão básico, coisa que o Ira! sabe bem como fazer. O clima segue em Sem Saber Pra Onde Ir, que bem poderia ser o novo hit deles. Eu Vou Tentar, a melhor letra, é uma balada de piano e violão com bom gosto. Na segunda audição, você já estará cantando junto o belo e fácil refrão. Acrescidas de Não Basta o Perdão, as faixas citadas remetem aos melhores momentos da banda. Enfim, é o velho e bom Ira


Fonte: Ira! - Para entender os mods http://whiplash.net/materias/biografias/061524-ira.html#.Uw8bYvldWSE#ixzz2uWNdjQDD

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